quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Eu quero...

Ssshhhnnn'N



Eu quero.


Shimbalaiê.

Eu quero entender os sinais.

Nega

Eu quero voltar segundos atrás

Shimbalaiê

Quero escrever pra montanhas e escalar pra pessoas

Eu quero um dengo, um cheiro, um do nada assim

Te quero com ou sem tempo de qualquer jeito

na chuva

imovel

com sorte

com tempo

Uma noite

Meia

Eu quero com gosto

Ouvir essa musica

Sentindo teu rosto

Varanda noite adentro

E nem me importa se a lua

Já esvanece

Eu quero mais tempo

Eu quero mais vento

Pra dissipar essa nuvem

Que tem cheiro de sal

E gosto de ferrugem

E a proposito

Eu nao quero aquela praça.

Nem quero uma com graça.

E se nao cre, desfaça

Que que vai se fazer.

Por vezes, me amassa.

E eu vou me indo

Porque isso me acaba.

E sem fim nem pé nem cabeça

Deixo por assim assar

Areia da duna*

Que faça o tempo passar




*Que interessante.




(Canela 18/2/2010)(*)


O Galho (Semana Um)

(galho, 2 metros mais ou menos de altura do chão do bosque)(bosque umido)(neblina, pouca)(cheiro de algo entre trufa e mofo)(no ar)(raios de sol por entre copas)(silencio)
--É muito estranho, muito estranho.É como se nada até agora tivesse a devida importancia que tinha.Sabe?Tu sabes.Tu imaginas um monte de coisas, fica sentado ali divagando sobre os sins e os nãos...
--Ok, mas eu ainda nao entendi porque que tu estas aqui.Isso que eu tenho todo tempo do mundo pra saber.
--Essa coisa de como estou aqui é meio absurda, eu nem gosto de lembrar mas vou te contar:


(eu preciso ir dormir, sigo amanha antes que fique uma bosta)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Zé Otávio e Jaqueline (A Praia do Gi)

Shhhh'N




--Bah, mas que beleza!!!
--Gostou mesmo?Então põe...
--Mas tirar o que tu acabou de botar?
--Arram...pode por...eu gosto.
--Beleza então...
Ele de joelhos sobre uma almofada redonda azul de veludo surrado, ela atirada de pernas pro lado numa poltrona com pés Luis XV e estofamento capitonê de napa marrom.Silêncio.
Sons no fundo, bateria,guitarra ratátá e então Eddie :"Freezin', rests his head on a pillow made of concrete, again..."
--É a melhor música do Pearl Jam!-
--É, adoro esse cd, pode deixar aí...
--Arram.
--Vem cá, deita aqui, deixa eu te fazer um cafuné...
--Arram.

Cai a noite, Vedder descansa quietinho na gaveta e dormem ambos no carpete da sala de teve-cozinha-closed.Felizes.Ou pelo menos contentes.
O gosto pela musica definitivamente tinha feito toda a diferença para o bom funcionamento da relação de Zé Otavio e Jaqueline.Não bastassem as diferenças de perfil, moravam longe um do outro.Jaqueline morava em Osório com os pais e o irmão, num bairro longe da rodoviaria, como se nao bastasse.Isso pro caso do Zé querer fazer uma surpresa, já deveria contar com o gasto de taxi.De toda forma, era mais facil Jaqueline ir para Taquara.
Formavam um casal simpatico, estavam juntos havia mais de 6 meses, se chamavam por apelidinhos carinhosos, mas nunca mantiveram um só, sempre um misto de criatividade:"tuxo e tuxa", "dengo e denguinho","coração e benzinho", essas coisas todas...
Com o tempo foram ficando mais proximos por conta das indiadas em que se metiam, e não foram poucas.Quando o Zé Otávio tatuou uma caloi 10 na canela porque tinha vendido a dele para ir pra praia trabalhar numa pizzaria com mais dois amigos, a Jaque foi contra.Contra a venda da Caloi 10 e contra a ida dele com mais dois, imagina,2, amigos pra praia.Não teve jeito, nem os pais dela conseguiram convencer do contrario, acabou indo junto pra Praia do Gi.
Embarcaram todos os 4 no carro de um dos amigos e foram pela Free-Way escutando em k-7 uma coletanea de James Brow.Jaqueline foi na frente, ficava enjoada de andar atrás
--Ainda mais essa merda rebaixada pô.--Reclamava com a cabeça na ventarola.
O amigo motorista era Allan, embora ninguem o chamasse assim, nem o pai.
--Órso, muitcho prazer(z com com de c)--dizia ele num castelhano irremediavel, trazido de Cordoba.Urso era o mais católico da turma, ligava pra mãe e fazia o sinal da cruz em frente a cemiterios.Sujeito calmo, sem grandes ambições além de ir a Aparecida, trabalhar, ter uma familia, e se sobrasse, talvez o Vaticano.Vinha do interior da cidade e trazia aquele ar calmo e parcimônio dos camponeses dispondo-se sempre a ajudar no que fosse possivel.
Pararam pra comprar bergamota fincada num pau.
Faltava ainda um terço do caminho e Urso achou que o carro devia descansar, pararam num posto e Jaqueline inventou que queria comer um pamonha, aliás até agora só quem tinha comido era ela.
--Gente, eu fico ansiosa-- alegava
--Tá Jaque, mas depois tu fica enjoada.
--Eu sei Zé, mas eu fico nervosa, então me dá um cigarro.
--Negativo, tu já gastou uma grana em Niquitin, agora segura tua onda que tá passando a vontade...olha a pamonha...
O bar do posto não era propriamente daqueles que tem foto do fiscal sanitarista numa moldura na parede, e bastou Jaque conhecer ao vivo e a cores o tal "rolimops" que a vontade de comer pamonha passou, tudo passou na verdade, inclusive o Valdir passou mal, depois de comer uma linguiça frita com maionese não-de-sache na lancheria dos rolimops.

Em tempo, "rolimops" são peixes pequenos(que eu nao lembro o nome) espetados limpos e crus em uma vareta igual as de churrasquinho e que são imersas em vinagre, agua e sal, pickles de peixe, em miudos.E Valdir é o ser sinistro que estava sentado do lado do Zé, no carro durante toda a viagem.Rapazinho dos seus 1,95m, de bom coração, mas reconhecida e aceitadamente esquisito, talvez fosse o tamanho.Mas no fim das contas um bom sujeito, mas vomitou nos pés do Zé, e quase escorreu pro banco de Jaque.
--Aiiiiim Zé... que nojo!!!
--Calma Jaque, calma, não olha pra baixo
--Ei Xaque, levanta tu sandaliña, levanta levanta-dizia o Urso enquanto dirigia e ria discretamente da situação.
--Zé, diz pra ele párar esse carro, aiiiii, tá escorrendo ZéééÉÉ!!!
Pararam numa barraquinha de tarrafas e cestas de indios.Enquanto Zé acudia Jaque, Valdir fumava compulsivamente enquanto taomava uma agua tonica morna e ainda rindo de Urso que tinha apertado os dedos no capô do carro.
--Vá a merda Valdir, se no soy eu para olhar esse carro, tamos fudidos--Valdir ria.
Meia hora depois, todos recuperados, até o carpete, foram embora, e já tinha gente querendo fazer o retorno na rodovia.
--Mas agora tá pertinho--Zé, conciliador como sempre.
--Arrã, eu tô louca de vontade de ir no banheiro,Zé.
--Péra Jaque, falta pouquinho.
--(suspiro e bico).
Já faziam alguns minutos que James Brow tinha parado de tocar no rádio analogico do carro, buscavam atentos os nomes das ruas.Anoiteceu.Urso tinha trazido uma fita que entoava entre o metalico e o grave da bateria:


"Restless soul, enjoy your youth
Like Muhammad hits the truth"
Adoravam Pearl Jam
Chegaram na pizzaria.Combinados os pormenores entre Zé e o Urso, foram pra tal casa.
--Ela era graciosa, em 1817-- disse o Valdir.
Ficaram tão estarrecidos, não pelo comentário, mas pelo fato de que ele abrira a boca que nem deram muita importância a aparencia do chalé praiano em que foram se enfiar.E nem deram importancia pro chuveiro frio, nem pros talheres desparceirados e nem pras lampadas queimadas.
--Ah não Zé!Perereca no banheiro não dá.Banho frio ainda tudo bem, mas esses bichos não,não vou tomar banho com elas me olhando.
--Benzinho, elas não fazem nada.
--E se pula, aiiii ZééÉÉ.
--Tá Jaqueline.Saí daí que eu vou tirar elas.Sério.
--Tá, joga elas lá fora tá?!Aiim Coração, cuidadinho pra não machucar ela!
Medo de insetos, anfibios, quadrupedes e sacis, ela era assim.Que gracinha, ele dizia.Mas Jaqueline era emotiva, não gostava que maltratassem os animais, só aranhas, essas sim.Dizia:
--Coração, se tu vais no mercado, traz um requeijão, uma cartela de activia e 2 SBP's.
No outro dia, souberam que o movimento ainda ia demorar e que enquanto isso, eles teriam que receber um pouco menos do que o combinado até lá, iam ter que ajudar em umas "pequenas reformas" e tomar conta dos cachorros que moravam no pátio dos fundos.
--E cuidem pra não fazer muito barulho a noite porque a vizinhança ali é bem sossegada e costuma reclamar de barulho.
Urso olhou pra Jaque que olhou pra Zé que olhou pra Valdir que então, olhou pro sujeito dono da pizzaria e indagou:
--Que tipo de barulho?
--Ah, tipo ligar o carro depois das 11, por ai, cozinhar, ficar batendo papo na frente da casa, essas coisas...
No caminho pra casa, Valdir resmungou:
--Não tenho carro mesmo.Mas não cozinhar de noite é o fim!
Nas duas semanas que se passaram desde então, o chuveiro continuava frio, Jaque não falhou o SBP e o Activia nem um dia, Zé continuou tomando cervejinha "depois do expediente", Urso continou desfilando de carro pela beira-mar enquanto Valdir dormia e comia miojo, ás 3:17 da manhã religiosamente.E o dinheiro foi-se escoando, e o dinheiro não veio como o combinado.
--Pois é gente, tá meio complicado, a prefeitura tá meio que complicando, e é, tá complicado, eu até vou dispensar vocês ai, porque não to confiante que consigo abrir antes da temporada.
Dois dias pro acerto e ficaram em casa pensando em o que fazer quando voltassem pra casa.
--Fudeu Urso, tô so com 3 fardinhos de miojo e um pouco de dinheiro no banco, e eu ainda tenho que mandar dinheiro pro meu tio pra ele pagar a cerca da minha vizinha que ela disse que o Bruce destruiu.Vê se pode?! -- Bruce era o dogue alemão retardado do Valdir, embora eles desconfiassem que era o Bruce na verdade que tirava o lixo e varria a casa deles e não era de admirar que dissessem que ele destruiu uma pet-shop ou comido umas aposentadas de bengala por ai.
--Olha Valdir, tu não pensa que eu tô nadando em dinheiro, fui olhar hoje e tô só com o dinheiro que meu irmão me deu pra mandar um sundboard pra ele.
--Beleza, pelo menos dá pra comprar umas vodkas hoje ainda.
--Tá louco Valdir!
--Ai Ursooo.Onde é que tem duna na tua casa, Urso?!Depois tu devolve o dinheiro pro teu irmão, vamos comprar umas conchas diferentes pra levar, uns polenguinhos, tá, ir comer no centro!
--Jaque, que que tu fumou?Não vai rolar.(*)Bom,Se, mas só se, eu gastar esse dinheiro, eu quero não pagar a minha parte no combustivel de ida e volta que tu passou no teu cartão .
--Beleza Allan!Zé, quanto vai dar será o combustivel todo?
--Mais que um sundboard, Benzinho.
Compraram massa de pastel, 1 duzia duzia de cervejas, rum, energetico e coca-cola ao invés do sundboard.
--Coraçãããum...me dá um beijoooow?
--Jaque, eu to olhando ele pesar a carne moida.
--Tá.Me dá um beijoooow?
--Péra Jaque...
--1330 tá bom chefe?
--Não não, tira um pouco, umas 800 só.
--Zé Otávio.Tu não é mais como antigamente, prefere ficar ai com essa coisa de pai no domingo de manhã, comprando o churrasco do meio dia do que me dar um beijo.
--Benzinho, vamos ver onde tem pastelina?
Foi assim: o Urso dividiu o dinheiro em partes iguais pra todos, alguns entraram no racha do pastel e da coca-con-run-on-redbull.Ou melhor, só Valdir preferiu comprar Campo Largo Branco Suave e...miojo.
Apesar das diferenças de cardapio, comeram todos juntos aquela noite e se recolheram tambem com pouca diferença de tempo, pretendia-se acordar cedo e pegar a estrada...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Parte 2 da Primeira Parte da Segunda Fase

Em Balneário Camboriu...como já disse não tinha grandes compromissos, portanto, ia para alguma praia ou quiosque e ficava vendo a vida passar, conheci muita gente, cada um com seus anseios, desejos, medos, e o interessante é que sempre tem gente disposta a conversar sobre isso, sobre os seus, os meus e os teus...
Aliás nessa epoca eu andava com poucos medos e desejos, mais anseios mesmo...Hum, vamos ver, conheci o Cidão, gari gente boa que morava na quitinete embaixo da minha, um cara gente boa mesmo, um dia eu ia passando pela Atlantica, reconheci ele e cumprimentei por dentro do capacete:"Aêê Cidãooouuooo"...Bueno, naquela mesma noite eu chegava em casa bem além, e ele tirando os sacos de latinha que trazia na bicicleta(a saber, depois do expediente ele saia a catar latinhas pra fazer um extrinha...), ai ele me olhou e falou:
--Valeu gaucho, valeu mesmo!
E eu sem entender nada:
--Valeu o que Cidão, qual que é?
--Olha, não é todo mundo que me cumprimenta quando eu to de uniforme...- ele me veio com essa.
Bom, nao vou ficar discorrendo sobre o caso, mas pra tu ver como tem gente estupida ainda, preconceito pra cima de gari?Puta merda, é o cara que limpa a calçada da tua casa...francamente...
Um dia resgatamos um cadáver de boto da agua, lá na Brava...fedor punk mesmo...
Um barzinho muito bacana chamado Uai, em Balneario, antes da 1700...vale a pena conhecer tambem...Um outro, chamado Sushi Bar na Barra Sul, muito bacana e a equipe é show de bola, tive a sorte de entrar a madrugada tomando a tal Bohemia Weiss com eles, gente boas mesmo...É antes do Quiosque 50, bem na pontinha do canal do rio.
Bom, continuo outro dia,vou dormir...

Parte 1 da Primeira Parte da Primeira Fase

Sem grandes emoçoes...em construção...

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Parte 1 da Primeira Parte da Segunda Fase

Bom, uma vez em Balneário Camboriu, tudo estava lindo, mas confesso que estava um pouco preocupado porque bem ou mal em algum momento meu dinheiro ia acabar e aí eu tinha 2 opções: voltar pra casa ou voltar pra casa.


Bueno, na Av. Brasil, proximo do Paris Club tem uma banca de jornal, lá eu comprei um jornal chamado Bolsão (de empregos).


Beleza, cheguei na quitinete que havia alugado por 10 dias, e essa quitinete vale um parágráfo só pra ela, na rua Alagoas,338, tinha televisão mas não funcionava, tinha fogão e botijão mas não tinha gás, tinha lampada no banheiro mas estava queimada, agora justiça seja feita, a geladeira era uma beleza...De toda forma eu não estava para ficar em casa assistindo televisão ou tomando banho com holofotes.Sem contar que o lugar era quente, muito quente e...Valdir, me desculpe, feio, o lugar era feio, mas me acolheu bem, ao meio dia faziamos um almoço coletivo, eu, Valdir,Cidão, Seu Alemão, seu Luis e cia limitada, os aposentados e o gari que moravam no prédiozinho, e o Valdir era o dono de tudo, porto-alegrense por sinal...fui muito bem acolhido, obrigado.


Bueno, meus dias se repartiam em acordar, tomar café da padaria da esquina, cumprimentar a legião de travestis que moravam na casa em frente, escutar uma ou outra piadinha de gaucho do dono da mecanica em frente a casa dos travestis, ficar sentado olhando pras paredes e coisas do tipo...Aí tive a brilhante ideia de comprar uma prancha, minha primeira prancha, uma 6,2 toda malhada, mas malhada mesmo...e ai inventei de ir pra Praia Brava "aprender" a surfar...bom, obvio que não consegui nada alem de boiar deitado na prancha e achava engraçado que ao voltar pra casa toda vez que me abaixava, pingava agua do nariz, das orelhas, dos olhos, e todo buraco que tinha na cabeça vertia agua...montei uma fazendinha de tanta vaca que levei...mas me diverti...


Nessa epoca conheci o Fábio, mineiro de Araxá que morou em Canela por 5 anos, namorou uma amiga minha e eu não conhecia o cidadão, e foi de grande valia, mas muito grande mesmo, a parceria e a amizade dele, até pelos gostos em comum, pois ele tem uma XTZ e era bacana dar bandas de duas motos, e as duas emplacadas em Canela, pagavamos de turistinha...=).


Bueno, aí entre empregos e empregos no jornal Bolsão, vi um anuncio que era tipo um pergaminhozinho pregado num quadrinho de bambu e dizia assim:


"Pousada em Bombinhas contrata: Recepcionista, Garçom, Camareira, Auxiliar de Cozinha. Oferece alojamento, refeição, salário + beneficios.Enviar curriculo para moradadoguaruca@taltal..." .Pensei comigo..."Hum, alojamento me gusta, refeição então é lindo, salário?Adooro.E os beneficios??Ahn to dentro... e sem contar que esse tal Guaruca deve ser um castelhano muito louco e vai ser doido isso...mas ai já me preocupei com a questão do alojamento, pensei em camas de concreto, 18 pessoas por quarto, pauzinhos de dias de permanencia riscados na parede, essas coisas...mas tudo bem, depois de ir pra Brava engolir uns litrinhos diarios de agua salgada, fui na lan house e mandei curriculo, uns dias depois uma moça me ligou(eu tava dormindo),e marcou uma entrevista na segunda proxima as 9:00 horas...


GUARDA DO EMBAÚ


Eu tinha conhecido esse lugar fantastico chamado Guarda do Embaú através da Nani, que sempre me disse que era um show de lugar...muito bem, convidei o Fábio e no sábado a tarde fomos pra Guardinha...cada um com sua magrela...passamos 40 quilometros da entrada, porque eu só tinha passado indo e nunca passado vindo...chegamos a noite, fomos pra mesma pousada que eu tinha ficado, uma verdinha, numa estradinha que vai para a Pinheira de Baixo...R$20,00 P/P.Feito isso, saimos pra dar uma volta, a pé?Nada, dois viciados em moto...mas a Guarda não comporta passeios de moto, porque é tudo perto...bueno, estacionamos num barzinho e ali ficamos conversandinho e tomando uma cerveja...conhecemos algumas pessoas com noção e outras sem...entre elas o Mámá(Itamar) este deixou a noção em casa quando saiu...mas gente boa..personagem da Guardinha...Nessa noite deveria ter rolado um show mas a prefeitura de Palhoça proibiu porque tem muito velhinho morando por ali e tal...algo assim.


Bom, fomos pra Palhoça com as motos trocadas para comer um cachorro quente e procurar alguma noite ainda...a noite não encontramos, e o cachorro quente...ahm esse sim, vai ficar pra sempre guardado na minha memória...na metade do bendito eu achei ter sentido uma azia...otimo, nos 20 km que separam a Guarda de Palhoça eu parei 3 vezes pra vomitar...o Fábio subiu num viaduto inacabado e quase fez uma session de paraglider sem paraglider...mas conseguiu parar a tempo...obvio, senao eu nem contaria tal fato...


Ainda na pousada vomitei mais tantas vezes, no outro dia era vergonhoso o cheiro acre que tomou conta do quarto... ainda assim, resolvemos caminhar pela trilha que leva ao Bar do Evory para pegar uma praia, em tempo: chuviscava fino e estava nublado.


Voltamos pra Balneario, abaixo de chuva, eu com ansias o tempo inteiro, de um tanto que só de sentir o cheiro de rodovia com oleo diesel me dava nauseas...nos despedimos na 4° avenida e fui pra quitinete passar mal sozinho, com febre e vomitando...pela primeira vez liguei pra casa e disse que estava muito ruim, e enfim...passei a noite trocando de camiseta e com febre...e no outro dia tinha a tal entrevista com a moça do RH da pousada do castelhano mutcho louco o Guaruca.


Acordei com tempo habil de tomar um café que acabou piorando a situação, nem fumei, peguei a moto e fui, e ao entrar em meia-praia e passar pelo Pereque, os buracos me deram mais nauseas, mas chega de se lamentar né...Chegando em Bombinhas perguntei pela tal pousada...ninguem sabia direito onde esse tal castelhano morava, mas um taxista me disse que deveria ser em Mariscal, uma das ultimas praias de Bombinhas.Lá fui eu.


Encontrei a pousada, uma bela pousada, um apart-hotel na verdade...e uma vez que tinha localizado o pico, resolvi dar uma voltinha por ali, ainda tinha tempo mesmo...eu sei que eram umas 8:35 da manhã e tinha uma princesa caminhando sozinha na areia do Mariscal, perto da Vila dos Açores por ali, pensei: "bom, vou olhar mais de perto..." estacionei a moto e sai caminhando pela restinga pra ver mais de perto...me atolei num barro disfarçado de areia escura...sujei os tenis e a barra da calça...putaquepariu...encontrei um pedaço de jornal e tentei limpar o que deu...huuum, mais ou menos...e nem vi a gata direito porque estava enterrado naquele pantano...


Cheguei na pousada do castelhano maconheiro...e ai sim, vim a saber que não era bem isso, e sim Morada do Guaruçá, com acento agudo e cedilha, e não tinha nenhum castelhano louco chamado Guaruca, tá ate tinha um castelhano meio doido mas chamado Marcelo, grande camara...mas o fato é que o Guaruçá é um sirizinho muito simpatico(e meio neurotico) que habita as areias do Mariscal...hehe...pra tu ver como são as coisas...a gente se engana, mas que bom que foi pra melhor...ato continuo pedi um lavabo: o barro dos tenis estava nas mãos...


Otima entrevista, apesar das colicas que eu estava sentindo...


Voltei pra casa nauseado.Dias depois,contratado...


Bem bom...Segue nos proximos...

Canela, Que Bela...

Canela, Que Bela Porcaria!!!
A cidade mediocre onde as pessoas vegetam madrugadas a dentro, se acotovelando em postos d gasolinas, capôs de Caravans e porta-malas de Chevettes...Cidade escrota onde as pessoas combinam os compromissos e não honram, ora porque desmerecem o convite, ora porque pouco importa o motivo pelo qual foram convidadas...
Provinciana!!!Provinciana!!!
De um povo ignorante e materialista, que não sabe ler, tampouco escrever, mas conhece todas as marcas de carros, porque isso sim lhes importa...Estupidos, ignobéis, medíocres, infelizes...os seres humanos que se deixam cair na malha fina da ignorancia...e esta malha sim, é tão fina que não faz distinção de raça, credo ou cor, malha essa que captura playboys, pattys, pobretões, ricos, engomados, punks, emos e todo e qualquer ser respirante dessa tao linda e arborizada cidade...

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